Profa Tânia Almeida
No exercício de dois aspectos fundamentais, o da socialização e democratização do acesso ao conhecimento e promoção da igualdade e equidade, da educação integral de crianças e jovens, não podemos manter em mente e muito menos em nossas ações diárias, o papel de um Gestor Escolar como o profissional que desempenha somente as funções burocráticas.
No universo escolar, o grande peso das expectativas no desempenho escolar, estão nos resultados obtidos através das avaliações, as famosas notas. Com a implantação da Base Nacional Comum Curricular – a BNCC – essas expectativas não estão nesses resultados, ou exclusivamente no ENSINO, pelo contrário. Os resultados esperados estão nas ações desse aluno em sociedade. A partir das APRENDIZAGENS, o aluno entendendo a “sala de aula” como algo que pode e deve ser levado para a vida, fazendo esses alunos pensarem, refletirem, pesquisarem. Dar significado a tudo o que é importante saber, fazer, sentir e praticar. O aluno como protagonista. E é nessa atmosfera que se faz necessária a nova concepção da Gestão Escolar.
Mas afinal, o que é Gestão Escolar?
Diferente da Administração Escolar, que trata dos recursos materiais e financeiros, mesmo que exercida pelo mesmo profissional, a Gestão Escolar tem como finalidade de dar significado aos recursos atribuídos e à forma como serão utilizados no processo da educação. Portanto, Gestão Escolar é a forma de administrar a escola como um todo – pedagógico, administrativo, RH, Gestão de Pessoas, Gestão de Tempo e Gestão de Comunicação. Busca promover à organização, mobilização e articulação das condições essenciais para garantir o avanço no processo socioeducacional, implementando assim, na prática a ideia da Educação Integral.
Nesses trinta e cinco anos na educação, grande parte trabalhei como coordenadora ou diretora, assim como gestora. Cresci e amadureci nessa função. E no decorrer desta trajetória, fui percebendo a importância de exercer a liderança, de participar das atividades, construir e avaliar com minhas equipes, nossos planejamentos e projetos. Eles estavam atualizados? Atingindo nossos objetivos? Estavam de acordo com nossa realidade? E quando digo “nossos”, penso no contexto da “Comunidade Escolar” – profissionais, alunos e famílias.
É preciso, pensando em Gestão, delegar, afinar as parcerias e trocar experiências; Gestão Democrática na prática. Não se atinge resultados em um universo isolado, de autoritarismo, trancado em um “gabinete”.
É preciso também, investir em sua formação continuada e dos seus profissionais, acompanhar as mudanças externas, promovendo reuniões para debatê-las e trazer as mesmas para a realidade de sua escola. Reuniões com pautas definidas, pois esse diálogo é muito importante.
O gestor consciente deixa sempre muito claro os planos de ação, os objetivos, promove articulação, facilita e principalmente inspira.
Por isso, sua formação deve estar sempre atualizada, indo desde a visão de negócios, gestão de pessoas ao comprometimento pedagógico e quando necessário, promover parcerias externas.
A Escola é um “mundo” complexo, cheio de desafios, por isso, é importante falarmos sobre Gestão Escolar, afinal, como nos disse nosso patrono da Educação, Paulo Freire – “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” Eis a necessidade da regência precisa do gestor escolar diante da sua “orquestra” chamada ESCOLA.